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Amazônia

  • Cristina Viñas Gomes
  • 15 de nov. de 2015
  • 20 min de leitura

Manaus: de Paris dos Trópicos a Paraíso Natural


A Amazônia é a maior superfície do globo coberta por floresta tropical, ocupando uma área total de mais de 6,5 milhões de quilômetros quadrados, em territórios de nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.


Especificamente no Brasil, a Amazônia ocupa 4.978.247 quilômetros quadrados. Uma parte está na região Norte (Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Tocantins), mas a floresta se estende também pelo norte do Mato Grosso e pelo centro e oeste do Maranhão.


Entre as riquezas da região amazônica, destacava-se a Hevea brasiliensis, a seringueira, árvore nativa de líquido leitoso que dá origem à borracha, cujo ciclo teve seu auge no final do século 19. Nesse período, a riqueza proporcionada pela sua exploração permitia ostentação de luxo nas residências e prédios públicos. Era época em que os barões da borracha acendiam charutos com notas de mil réis e das luxuosas construções como o Teatro Amazonas, o Museu Provincial e outros imponentes prédios da Capital, além de um porto flutuante.


A decadência veio com o roubo de milhares de sementes de seringueira, em 1896, pelo botânico inglês Henry Alexander Wickman, que embarcou clandestinamente para a Inglaterra sementes colhidas na bacia do Tapajós. As mudas foram obtidas na Inglaterra e logo depois transplantadas para a Malásia, onde deram origem a grandes seringais de cultivo. Esses levavam vantagem em relação à produção amazônica porque o clima e solo asiáticos eram mais propícios.


Aliava-se a isso o fato de as plantações asiáticas não serem atacadas por pestes naturais como ocorria na floresta nativa. Por volta de 1912, a produção de borracha do Extremo Oriente superou a do Brasil e quando estourou a Primeira Guerra Mundial, em 1914, o ciclo da borracha chegava ao fim. A Amazônia entrou em meio século de estagnação e declínio. Em 1918, as plantações asiáticas estavam produzindo 260 mil toneladas de borracha natural, contra 30 mil brasileiras.


A perda da hegemonia brasileira contribuiu para décadas de recessão econômica na Amazônia.

Um rio que até parece mar

Atravessando o continente sul-americano quase inteiro, o Amazonas é considerado o rio mais extenso do planeta. Nascendo como um simples riacho na neve dos Andes peruanos, a 5.000 metros de altitude e a 200 quilômetros do Oceano Pacífico, o Amazonas corre quase 6.500 quilômetros na altura do Equador até finalmente desembocar no Oceano Atlântico. Somente o seu último terço é denominado Amazonas; grande parte do trecho central é conhecida como Solimões, e na parte que vai da extremidade oeste da bacia até os Andes o rio tem seis nomes diferentes.


A bacia o rio Amazonas compreende um imenso sistema de 1.100 rios interligados e mais cursos de água menores. Somados, esses rios contêm um quinto de toda a água doce da Terra, onde se calcula que existam mais de 1.500 espécies diferentes.

​Nascendo nos Andes e desaguando no oceano Atlântico, o Amazonas é o maior rio do Planeta.

Manaus, a Paris dos Trópicos

Manaus teve sua origem na fortaleza de São José da Barra do Rio Negro construída na margem esquerda do rio Negro. No início, era popularmente chamada de Lugar da Barra. Em 1833 essa povoação foi elevada à categoria de vila com o nome de Manaós em referência ao à tribo de mesmo nome. Em outubro de 1848, passou à categoria de cidade contando na época com 3 mil habitantes. No boom da borracha, Manaus teve o seu apogeu, sendo considerada a cidade mais rica do Brasil. Foi a segunda a ter energia elétrica, contando ainda com água e gás encanados, além de bonde elétrico. As damas da sociedade manauara vestiam-se tal qual as parisienses, mesmo com o calor sufocante. Não era raro ver-se uma delas desmaiando nas calçadas da cidade. O comércio também imitava a França não só nos modelos requintados, mas também nos nomes. Louvre, Au Bon Marchée e La Ville de Paris eram os nomes de alguns das lojas locais. Manaus era chamada de A Paris dos Trópicos.


Após o declínio da venda de borracha, a economia foi incentivada com a implantação da Zona Franca de Manaus, que até o final da década de 80 transformou a cidade em importante centro de compras, já que tratava-se de uma zona de livre comércio e o Brasil adotava o regime de economia fechada.


Com a abertura da economia brasileira e redução de impostos de importação para o restante de país, esse tipo de comércio foi perdendo força e hoje a base de sustentação da Zona Franca de Manaus é o Pólo Industrial, que reúne cerca de 660 indústrias de alta tecnologia.


Manaus hoje

Número de habitantes: 2 milhões

Temperatura média em setembro/outubro: 37 graus

Horário: uma a hora a menos do que o horário de Brasília (duas horas a menos no horário de verão).

Voltagem: 110 volts

Manaus é uma cidade espalhada. Não tem muitos prédios de edifícios,

mas os que existem são de gabarito.

Largo São Sebastião e Praça São Sebastião

Localizada na frente do Teatro Amazonas, a Praça São Sebastião é um ponto de passeio para turistas e famílias locais, principalmente nos finais de tarde. Seu piso tem o mesmo desenho de ondas sinuosas em branco e preto, da calçada de Copacabana, Rio de Janeiro. No Rio, o desenho representa as ondas do mar e em Manaus, a primeira a utilizar tal piso, o que aconteceu em 1901, segundo os manauaras, o desenho simboliza o encontro das águas dos rios Solimões e Negro. No centro da praça está o Monumento à Abertura dos Portos, obra do escultor italiano Domênico de Angelis, em mármore e bronze. Inaugurado em 1900 em comemoração à liberação dos portos do rio Amazonas ao comércio exterior (ocorrida no ano de 1866), o monumento indica a localização dos cinco continentes. No seu entorno da praça, ficam prédios históricos como o Teatro Amazonas, Igreja de São Sebastião, o Palacete Provincial e diversos prédios que serviram de moradia para ilustres manauenses além de bares e restaurantes. À tardinha, todos os dias, um solitário violinista encanta os passantes e clientes dos bares localizados no entorno da praça com belas e melancólias melodias.

As casas localizadas no Largo São Sebastião foram restauradas

e integram o patrimônio arquitetôtico do Centro Histórico.

Na época de ouro, belos casarões foram construídos no entorno da Praça São Sebastião e o que pertencia ao médico Galdino Ramos era um deles.

O casarão em que se sucederam as famílias do juiz de Paz e deputado Álvaro Fachina da Silva e do Médico Sebastião Barroso Nunes também fica no Largo.

Fundado em 1889, aqui funcionava o Clube Republicano do Amazonas.

Todos os finais de tarde, a música do solitário violinista completa o cenário cultural do Largo encantando os pedestres e clientes dos estabelecimentos comerciais ali localizados.

Com ondas em preto e branco, o calçamento da praça faz referência ao encontro das águas. No centro, em mármore e bronze, está o monumento que substitui o que havia sido erguido pela abertura dos portos amazonenses aos navios mercantes.



Bares e restaurantes reúnem turistas e manauenses no Largo São Sebastião.

Também no Largo, algumas placas de rua fazem referência seus antigos nomes.

Prédios históricos

Teatro Amazonas

É o principal patrimônio arquitetônico de Manaus. Foi inaugurado em dezembro de 1836 e a grande maioria de materiais utilizados na sua construção, assim como os móveis, vieram da Europa. É considerado uma obra eclética devido aos diversos estilos que apresenta, embora o neoclássico seja predominante. Sua cúpula é composta por 36 mil peças de cerâmica vitrificada nas cores da bandeira do Brasil. Para sua decoração foram contratados importantes artistas locais e internacionais. A pintura do teto do Salão Nobre denominada “A glorificação das Belas Artes na Amazônia” é de autoria do italiano Domenico de Angelis e o restante da decoração interna ficou a cargo do pernambucano Crispim do Amaral.

É um teatro relativamente pequeno, com apenas 701 lugares, mas levando em consideração que naquela época Manaus tinha apenas 3 mil habitantes e que o teatro destinava-se apenas à elite, a capacidade era mais do que suficiente. Atualmente conta com exposições permanentes de figurinos de época, instrumentos musicais, além de um camarim de época, que podem ser admiradas nas visitas guiadas.

São apenas 701 lugares, o que não era problema na época já que o teatro era usufruído somente pela elite de uma Manaus que só tinha 3 mil habitantes.

Considerados atualmente os piores lugares e vendidos por poucos reais, os camarotes localizados imediatamente ao lado do palco eram motivo de grande disputa pela sociedade na época áurea. Eram pagas verdadeiras fortunas por eles porque as pessoas que os alugavam não estavam interessadas nas apresentações; o que queriam mesmo era serem vistas por todos os presentes. E para tal, esse era realmente o melhor lugar.



Naquele tempo e também hoje, o camarote do governador, localizado bem ao centro, no primeiro andar, somente pode ser ocupado por ele. Se não estiver presente, permanece fechado.

Na parte superior de cada coluna, máscaras homenageam grandes comporitores e autores, como Verdi, Mozart, Beethoven e Wagner, entre outros.

Visitantes podem tirar fotos em qualquer camarote, exceto no pertencente ao governador.

No auge do ciclo da borracha, as companhias eram trazidas diretamente da Europa para se apresentarem no Teatro Amazonas. Trajes utilizados nas grandes óperas estão em exposição permanente no local.

O último local a integrar a visita guiada é um camarim de época, onde estão expostos trajes, móveis e objetos de uso pessoal dos artistas.

Teatro Amazonas

Visitação: de segundas a sábados das 9h às 17h.

Valores: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia)

Localização: Praça de São Sebastião s/n, Centro

Tel.: (92) 3232-1768

Igreja de São Sebastião

Localizada no Largo São Sebastião, ao lado do Teatro Amazonas, foi construída em 1888 no estilo neoclássico com alguns elementos medievalistas. No seu interior há painéis e vitrais europeus.

Há somente uma torre e uma das explicações para tal fato seria a contenção de gastos, pois naquela época, as igrejas pagavam impostos pelo seu tamanho o que incluía o número de torres que possuíam.

Centro Cultural Palácio da Justiça

O Palácio da Justiça, inaugurado em 1900, sediou o Judiciário por mais de 100 anos e desde 2006, funciona como centro cultural promovendo exposições de arte, cinema, teatro, júri simulado por estudantes de direito e visitas guiadas gratuitas. Assim como no Teatro Amazonas, grande parte do material utilizado e mobiliário veio da Europa. Destaque para a sala do Tribunal Pleno, a sala do Tribunal do Júri e o Gabinete de Leitura que possui mais de mil obras, a maioria da área do direito.

Localizado ao lado do Teatro Amazonas, o Palácio da Justiça é um prédio imponente, belo e bem conservado tanto na sua fachada quanto no interior.

Os usuários do Gabinete de Leitura tinham à sua disposição mais de mil obras, a maioria da área do direito.

Como todos os demais cômodos, a sala do presidente era ricamente decorada.

Já na sala destinada ao júri popular, havia bastantes lugares para o público. O réu era colocado entre os dois advogados de frente para os jurados e o juiz ficava à direita desses últimos.

Máscaras ornamentavam o teto da sala do Júri Popular com o objetivo de intimidar o réu e fazê-lo confessar seus crimes.

Centro Cultural Palácio da Justiça

Visitação guiada gratuita: de terças a sextas-feiras, das 9h às 16h e sábados das 9h às 13h.

Localização: Rua Eduardo Ribeiro, no. 833 – Centro

Tel.: (92) 3248-1844

Biblioteca Pública do Amazonas

Outro belo prédio de Manaus é a Biblioteca Pública que, fundada em 1870, passou por diversos locais até ocupar as atuais instalações, inauguradas em outubro de 1910. O estilo é neoclássico e muitos dos materiais utilizados são originários da Europa: as escadas e as colunas vieram da Escócia e os lustres de cristal, da Inglaterra. Assim como muitos dos outros prédios públicos, inicialmente a biblioteca era frequentada pela elite que ali se dirigia para consultar suas raras enciclopédias. Em agosto de 1945, o acervo foi quase que totalmente destruído por um incêndio, sendo depois recuperado por meio de doações voluntárias.

Uma das preocupações atuais da Biblioteca Pública é a inclusão social. Portador de necessidades especiais tem à sua disposição leitura em Braille e adaptação do sistema de libras.

Biblioteca Pública do Amazonas

Visitação: de segundas a sextas das 8h às 20h e sábados, das 8h às 14h

Localização: Rua Barroso, no. 57- Centro, a 300 metros do Palecete Provincial

Fone/fax: (92) 32340588

Palacete Provincial

Inaugurado em fevereiro de 1875 é um dos principais espaços culturais de Manaus. Seu nome é proveniente do fato de ter sido sede do governo da Província do Amazonas. Antigamente era o quartel da Policia Militar do Amazonas e desde 2009 abriga um conjunto de cinco museus: Numismática, Museu da Imagem e do Som, Museu Tiradentes, de Arqueologia e a Pinacoteca.

O palacete Provincial é o principal prédio do conjunto arquitetônico da Praça Heliodoro Balbi.

Palacete Provincial

Visitação gratuita: terças e quartas das 9h às 17h e nas quintas a sábados 9h às 19h

Localização: Praça Heliodoro Balbi, s/n

Tel.: (92)3631-6047

Colégio Amazonense Dom Pedro II


Inicialmente denominado Lyceu Providencial Amazonense, hoje faz parte do complexo arquitetônico da Praça Heliodoro Balbi. A história do Colégio D. Pedro II registra importantes manifestos por parte dos estudantes como, por exemplo, a Revolta de junho de 1915, quando fizeram com que professores e funcionários abandonassem a escola (o que resultou no seu fechamento até março de 1916) e a Revolução de 30 que teve como consequência a queda do Governador Dorval Porto.

O Colégio D. Pedro II, criado em 1869, teve diferentes denominações e passou por outros prédios até ocupar as instalações definitivas nas Av. Sete de Setembro. No início, oferecia entre outros os cursos de Agrimensura e Pré-médico. Hoje funciona com turmas de ensino médio

Colégio Dom Bosco

Localizado no centro, na Avenida Epaminondas, 57, possui cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio.

As atividades do Colégio Dom Bosco iniciaram com a chegada dos salesianos em 1921.

Praça Heliodoro Balbi

Mercado Municipal Adolphi Lisboa



Em estilo art nouveau de frente para o rio Negro, o mercado Municipal de Manaus utiliza estruturas de ferro fundido na sua construção, tendo sido inspirado no Mercado Les Halles de Paris. Inaugurado oficialmente em 1882, hoje é importante centro de comercialização de produtos regionais, onde o turista pode encontrar todo o tipo de chás, óleos naturais e artesanato, além de grande variedade de peixes de água doce, legumes e frutas da região.

Em estilo art nouveau, o Mercado Público e o Teatro Amazonas

são os locais mais visitados pelos turistas.

Bastante procurada é a banca 24 A dos óleos naturais. Tem óleo de sucuri, que além de cicatrizante e ótimo para tirar manchas da pele. Também há o óleo de pau rosa, indicado para dor e problemas nas articulações. Cláudio, o proprietário, afirma que todos funcionam e que “os gringos” sabem disso, por isso os procuram tanto.

No mercado, é possível se encontrar todo o tipo de chás,

com direito à consulta com a vendedora.

Mercado Municipal Adolphi Lisboa

Visitação: horário comercial.

Localização: Rua dos Barés, 46 – Centro.

Centro Cultural Palácio do Rio Negro

Construído no início do século 20 como residência de um comerciante da borracha, foi adquirido posteriormente para sediar o Poder Executivo. Atualmente funciona como centro cultural com exposições permanentes e temporárias.

Centro Cultural Palácio do Rio Negro

Visitação gratuita: de terças a sextas das 10h às 16h.

Localização: Av. Sete de Setembro, s/n – Centro.

Tel.: (92) 3232-4450

Conjunto arquitetônico Alfândega e Guardamoria

O conjunto arquitetônico da Alfândega e Guardamoria foi inaugurado em 1906 e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1987. Com matéria-prima vinda da Inglaterra, o prédio da Alfândega, é uma das primeiras obras brasileiras a utilizar blocos de tijolos aparentes na sua construção a exemplo das construções inglesas da época. Tem estilo eclético com elementos renascentistas e medievalistas. Ao seu lado, construído com o mesmo material, está a torre com farol da Guardamoria.

Relógio Municipal

Foi importado da Suíça em 1927 e está localizado na Av. Eduardo Ribeiro, junto ao Largo da Matriz.

O relógio fica sobre um pedestal que lhe possibilita um maior destaque e visibilidade.

Porto Rodway de Manaus

Foi inaugurado em 1907, tendo sido construído pelos ingleses em um cais flutuante que segue os níveis de enchentes e vazantes do Rio Negro, o que lhe permite operar durante todo o ano.

Um painel mostra os níveis atingidos pelo rio Negro a partir de 1906. O nível máximo foi em 2012.

A estrada é o rio

Na Amazônia praticamente não existem estradas; os deslocamentos são feitos através dos rios e, em Manaus, mais especificamente, pelo Rio Negro. Assim, além do cais flutuante da capital manauara, dentre muitas outras coisas que parecem estranhas para os demais brasileiros, encontra-se barcos escolares, postos de combustíveis e terminais hidroviários flutuantes. Muitas das casas dos moradores ribeirinhos, seus clubes e restaurantes também são contruídos para flutuarem nas águas do Rio Negro e as que não são dessa maneira foram erguidas sobre palafitas para não serem invadidas durante o período de cheias.

As crianças ribeirinhas vão para a escola de lancha escolar.

Durante muito tempo os troncos de açacú foram utilizados para fazer as casas flutuarem. Hoje, como o corte dessa árvore é controlado, pneus velhos estão sendo usados.

Muitos ribeirinhos possuem condução própria para deslocamento da família.

Os movimentos das águas no rio não são chamados de ondas; são os banzeiros que em algumas ocasiões alcançam mais de dois metros.

A Ponte de Ferro, considerada um dos marcos históricos de Manaus, também foi construída pelo governador Eduardo Ribeiro.

Ponte sobre rio Negro

Inaugurada em outubro de 2011, liga Manaus ao município de Iranduba, a 27 quilômetros da Capital. É uma ponte estaiada de 3,595 metros de comprimento e conta-se a boca pequena que o custo da obra que totalizou R$ 1,099 bilhão foi três vezes maior do que o planejado.

Antes da ponte estaiada, os moradores do município de Iranduba levavam uma hora para chegar em casa, mas hoje essa travessia é feita em menos de dez minutos.

Arena de Manaus

A Arena de Manaus tem a forma de um cesto indígena. Foi construída para ser um dos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014, tendo sido inaugurada em março desse ano.

Museus

Museu Casa Eduardo Ribeiro

O museu preserva a história pessoal e política do engenheiro, jornalista e militar Eduardo Gonçalves Ribeiro, o mais importante govenador da Amazônia, em cujo governo foram realizadas as grandes obras da capital amazonense. Em exposição permanente há mobiliário daquela época, além de documentos, vestuário e objetos de uso pessoal do ex-governador. No térreo, encontra-se a sede da Academia Amazonense de Medicina.

O prédio localizado no Centro Histórico a poucos metros do Teatro Amazonas sedia simultaneamente o Museu Casa de Eduardo Ribeiro e a Academia Amazonense de Medicina.

No gabinete do ex-governador, ao fundo, está o seu retrato. Eduardo Ribeiro era um mulato bem apessoado, mas viveu sozinho, sem esposa ou filhos e assim morreu, aos 38 anos. Embora a versão oficial seja de suicídio, comenta-se que ele pode ter sido assassinado. Sua mãe não pode herdar nada do seu patrimônio pelo fato de ser uma ex-escrava.

Sobre a cama do ex-governador, o mosquiteiro, sua bengala e a camisa de força;

ele era esquizofrênico.

A visita encerra no pátio, onde uma carruagem completa o clima de requinte do ambiente.

Museu Casa de Eduardo Ribeiro

Visitas guiadas gratuitas: de terças a sábados das 9h às 16h e aos domingos, das 9h às 13h

Localização: Rua José Clemente, 322 - Centro, a cerca de 100 metros do Teatro Amazonas.

Tel./fax: (92)3631-2938

Museu do Seringal de Vila Paraíso

Localizado a cerca de 30 minutos de barco de Manaus, o museu mostra aos seus visitantes o processo de coleta do látex, sua transformação nas pelas (bolas de borracha no formato final para exportação) , o modo de vida do seringalista e dos seringueiros. O local serviu de cenário para o filme A Selva, estrelado por Maitê Proença e baseado no romance de mesmo nome do escritor português Ferreira de Castro. A obra é um relato da experiência que o autor teve trabalhando no seringal no final do século 19 e assim reproduz o seu cotidiano. Os seringueiros, tratados como escravos, já chegavam com as dívidas referentes à viagem. Depois disso tinham de pagar casa, comida e todo o material utilizado no trabalho diário. Os preços eram exorbitantes, muito acima dos praticados no mercado, mas eles eram obrigados a comprar tudo no barracão de aviamentos. Eram dívidas praticamente impagáveis e quando alguns conseguiam zerá-la, o seringalista mandava trazer prostitutas de Manaus e assim todo o endividamento recomeçava. Se mesmo assim, alguém conseguisse pagar o que devia e recebia algum dinheiro para ir embora, não ia longe. Logo os capangas do patrão o matavam no meio da floresta e traziam o dinheiro de volta. Nada saía do seringal.

Para chegar ao museu, só pegando um barco na Marina do Davi, na Ponta Negra. A viagem por si só já é bastante interessante, pois o barco vai passando pelas comunidades ribeirinhas onde sobem e descem seus moradores que chegam ou que vão para Manaus. Na chegada, o visitante se sente naquele tempo. O museu a céu aberto, repleto de história faz o visitante refletir sobre a desigualdade e a falta de lei existente nesse tipo de propriedade e na própria sociedade da época. Um belo passeio que não pode deixar de ser feito.

A visita inicia no trapiche por onde embarcavam e desembarcavam as pelas.

Ao lado fica o galpão onde eram estocadas para o embarque.

Cada “pela” pesava 11 quilos. Elas eram formadas de várias camadas do látex defumado. Quando jogadas ao chão elas quicam.

Todos os anos o coronel oferecia uma festa aos seringueiros em comemoração ao dia da santa. Depois cobrava de todos, inclusive dos que não haviam comparecido. Um amigo seu, vestido de padre escutava as confissões dos empregados e assim o patrão ficava sabendo quem tinha roubado ou comprado alguma coisa dos mascates. Eram açoitados por isso.

As pelas eram produzidas no Tapiri por meio de defumação.

A Casa da Farinha era onde se obtida a farinha de mandioca de forma artesanal. Depois de ralada e prensada, a mandioca era assada neste forno de barro.

Em meio a tantos maus tratos e até fome, era comum alguns morrerem no seringal, sendo enterrados ali mesmo. Conta-se que para driblar a fome, em algumas vezes eles tomavam látex.

A casa do capataz só difere da original pelo telhado, que na época era de palha.

Os seringueiros moravam em acanhadas casas elevadas para dificultar a entrada de onças.

Mesmo assim, para garantir a segurança, dormiam com facões na cintura.

A simpática guia Mary faz um relato minucioso sobre os costumes e o cotidiano do seringal e no final, mostra como os seringueiros saíam para trabalhar: lanterna na cabeça (porque quando saíam ainda era noite), balde de coleta e espátulas de corte.

Como chegar ao Museu do Seringal

  1. Pegar o ônibus número 120/Ponta Negra na parada do Colégio Militar/Centro – 8 reais (4 reais por trecho)

  2. Descer no final da linha e caminhar cerca de uma quadra até a Marina do Davi.

  3. Na marina, tomar o barco para o museu – 24 reais (12 por trecho)

  4. Ingresso no museu com visita guiada- 5 reais

O passeio todo sai por 37 reais, enquanto que as agências cobram entre 100 e 150 reais.

Museu do Seringal de Vila Paraíso

Visitação: de terças a domingos das 8h às 16h

Valor do ingresso: 5 reais

Localização: Igarapé São João

Tel.: (92) 3631-3632

Museu da Amazônia (Musa)

Em uma área de 100 hectares da Reserva Adolfo Ducke, o Musa, fundado em 2009, tem a ideia de ser um museu vivo, que possibilite ao visitante uma experiência direta com a floresta. Para isso, entre outras atividades, ele terá oportunidade de realizar trilhas, observar as aves da região, admirar a beleza das vitórias-régias, além de visitar espaços como o serpentário, o aquário, o orquidário e o borboletário.

Visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 16h e segundas-feiras por agendamento.

Museu da Amazônia

Localização: Av. Margarida s/n – Cidade de Deus – Manaus

Tel.:30199294 e 99280-9059

Ingressos:

  • Visitas guiadas de terças a domingos da 9h às 16h: 10 reais

  • Subida na torre: 20 reais

  • Observação de aves de segundas a domingos por agendamento: 50 reais.

Obs.: menores de 14 anos devem ser acompanhados por um responsável.

Passeios imperdíveis

Amazon Bus

Em qualquer viagem de lazer, é interessante que o turista a inicie com um tour no ônibus de turismo, que a maioria das cidades possui. Assim receberá as informações básicas que lhe possibilitarão obter uma visão geral para depois decidir quais lugares gostaria de conhecer mais detalhadamente e que passeios seriam importantes serem feitos.


O Amazon Bus parte do Centro de Atendimento ao turista (CAT), na av. Eduardo Ribeiro, ao lado do Teatro Amazonas e em um passeio de cerca de duas horas e meia passa pelos principais pontos turísticos de Manaus. Mas diferentemente de alguns ônibus dessa natureza, não para nesses pontos, com exceção de uma parada de 15 minutos no mirante da Ponta Negra.

Passagens

Residentes em Manaus: 40 reais

Turistas: 60 reais

Estudantes e idosos: pagam meio ingresso.

Encontro das Águas

O encontro das águas do rio Solimões com o rio Negro é um fenômemo interessante. Devido a fatores como temperatura, densidade e velocidade os dois não se misturam inicialmente e seguem lado a lado por aproximadamente seis quilômetros, quando fica bem visível a diferença entre as águas barrentas do rio Solimões e as escuras do rio Negro, que corre a aproximadamente a dois quilômetros por hora com uma temperatuda de 28ºC. As águas do rio Negro são escuras porque carregam substâncias oriundas de matéria orgânica vegetal já que parte do tempo as árvores ficam submersas. Já a velocidade do Solimões é de cerca de cinco quilômetros por hora a 22ºC. No geral, as agências realizam num único passeio a visita ao encontro das águas, interação com animais silvestres, almoço em restaurante flutuante, visita à comunidade indígena e mergulho com os botos. O preço para compra na própria agência varia entre 150 reais e 250 reais. Se o interessado comprá-lo nas recepções dos hotéis pagará mais caro. O passeio completo dura cerca de seis horas.

Em lancha confortável, com bancos estofados, os turistas se dirigem

ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões.

Os dois rios percorrem cerca de seis quilômetros lado a lado sem se misturarem

até, juntos, formarem o rio Amazonas.

O guia Sidney, responsável pelo passeio completo de uma das agências locais, é simpático e solícito. Dá muitas dicas para os turistas até sobre outros roteiros. Ele pode ser encontrado todos os dias na frente do Centro de Informações Turísticas, no local de partida do ônibus turismo.

Alimentar os botos

Partindo do porto flutuante, o grupo segue em direção à plataforma também flutuante, onde tem oportunidade de interagir com os botos. O boto cor de rosa é um dos mais conhecidos animais da Amazônia devido à lenda que o envolve. Quando alguma moça fica grávida e não se conhece a paternidade diz-se que é filho do boto porque segundo a lenda, em noites de lua cheia, o boto rosa se transforma em um belo rapaz. Vestindo terno branco, com um chapéu na cabeça para esconder o orifício por meio de qual respira, é gentil e sedutor encantando as moças locais. Escolhe a mais bela e a leva para a praia onde a engravida e depois disso some. No passeio, com uma boia na cintura, os turistas mergulham junto ao boto e podem alimentá-los e até tocá-los. O couro é liso e muito macio. Para isso, antes do mergulho, é exigido que sejam retiradas anéis, pulseiras, relógios e todo e qualquer outro adereço que possa ferir o animal.

O boto adulto é rosa devido à circulação do sangue. O jovem é de cor cinza.

O guia Orlando (de chapéu) é um profundo conhecedor da realidade amazônica sanando todas as dúvidas do gaúcho Gilberto Ávila.

Interação com os animais

Nas paradas previstas no passeio de barco, o turista tem a possibilidade de ser fotografado com animais nativos como papagaios, lagartos, cobras e jacarés. Mediante um valor entre dois e cinco reais, cobrado pelos nativos, pode segurar e acariciar os animais.

Por sua vez, a jiboia não é e nem parece simpática,

mas está à disposição de quem tiver coragem de segurá-la.

Na mesma plataforma flutuante onde se pode interagir com alguns animais,

é possível admirar as vitórias régias.

Visita a uma comunidade indígena

No amplo galpão, o grupo é recepcionado pelo cacique da aldeia onde vivem seis diferentes etnias, com um discurso na sua língua nativa para espanto dos visitantes. Logo após faz o mesmo discurso porém em português dando as boas vindas e explicando sobre as apresentações que se seguirão. Inicialmente somente os homens dançam; depois com as mulheres e no final, os índios convidam as mulheres presentes para acompanhá-los numa grande roda e as indígenas convidam os homens. Não há espaço para timidez; ninguém escapa. Depois das danças, os turistas caminham pela aldeia interagindo com adultos e crianças e observando seus costumes e modo de vida.

Protegido contra o mau-olhado pelo ramo verde na cintura,

o cacique recebe s visitante na entrada da aldeia.

Praia da Ponta Negra

Localizada a 13 quilômetros do centro, com seus belos prédios residenciais, a Ponta Negra é atualmente a área mais valorizada de Manaus. A praia foi construída na margem esquerda do Rio Negro com areia trazida da outra margem. O calçadão da Ponta Negra é ponto de encontro de pessoas de todas as idades. Há mirantes, quiosques e um anfiteatro. Manauenses e turistas assistem a apresentações culturais e também utilizam o local para a prática de exercícios físicos e caminhadas.

O anfiteatro tem a forma de um cocar indígena e foi um dos palcos do FIFA Fan Fest 2014.

Comer e beber

Guaraná

Existem marcas regionais, bastante doces, mas gostosas. O que não se encontra é a versão light.

Tambaqui de Banda

Restaurante com ar condicionado, que serve peixes regionais, mas também carnes. Fica no Largo São Sebastião, bem no Centro Histórico e está aberto para almoço e jantar. Os preços ficam na média de 25 reais.

No Tambaqui de Banda pode-se optar entre o alívio no ar condicionado

ou sentar-se nas mesas externas para ver o movimento no Largo.

Restaurante Ki Tempero

Na Rua Getúlio Vargas,715, também no centro, tem salas com ar condicionado e outras não, Oferece buffet ao preço de 34,90 reais e a la carte, com pratos na média de 40 reais.

Tel.: (92) 3633- 3957

Onde comer o Tacacá

O Tacacá é um caldo quente de tucupi (mandioca) com camarão e jambú (folha verde). É de gosto bastante particular embora seja possível dizer que é picante e gostoso. O tacacá famoso é o servido no quiosque da Giselda, no Largo São Sebastião. No Restaurante Waku Sese, no outro lado desse largo um tacacá médio custa 14 reais.

Glacial Sorvetes

É uma rede de sorveterias que oferece sorvetes de frutas regionais como açaí, camu-camu, buriti, castanha do Brasil, tucumã, entre outras. Após provar os sabores nativos, uma boa pedida é o é o sorvete de leite condensado com frutas, delicioso!

Há uma unidade no Largo São Sebastião.



Unidade da Glacial sorvetes do Largo São Sebastião.

Bar do Armando

Mas o lugar para tomar uma cerveja bem gelada olhando o movimento na praça é o Bar do Armando. Com 67 anos, é um ponto tradicional para happy hour em Manaus. Às noites tem música ao vivo de boa qualidade. No carnaval, é a sede da Banda da Bica.

Tem wi-fi disponível aos clientes.

Após o carnaval, os bonecos da Banda da Bica (a banda do Bar do Armando)

descansam no interior do mesmo e ali permanecem o restante do ano.

Onde ficar

Para quem quer ter uma verdadeira experiência na mata, o melhor é se hospedar em um hotel de floresta. Mas se o objetivo é conhecer Manaus e sua cultura, talvez seja melhor ficar no centro mesmo.

Hotel do Largo



É um hotel bastante simples em termos de instalações, o que é compensando pela localização: a uma quadra e meia da Praça São Sebastião, ou seja; do Teatro Amazonas. Isso permite o conforto de o turista dar um pulo no hotel para deixar suas compras e logo retornar aos passeios sem o transtorno de carregar sacolas e pacotes.

Outras compensações são banho bom, café da manhã razoável e o fato de a cama ser confortável. Tudo é bastante limpo, a começar pelos lençóis e toalhas. A equipe é atenciosa, cordial e simpática, principalmente o pessoal da Recepção, café da manhã e o mensageiro.

Rua Monsenhor Coutinho, no. 790 - Centro

Tel.: (92) 3304-4751

 
 
 

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